Nas últimas décadas, várias evidências científicas confirmaram que a prática regular de exercício físico é eficaz no controle de várias doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial (pressão alta).

Entretanto, estudos mais recentes têm cada vez mais demonstrado inúmeros benefícios do exercício em pacientes com outras doenças, como as condições auto-imunes.

Doenças auto-imunes são aquelas em que o sistema imunológico “ataca” o próprio corpo. Esse grupo é bastante heterogêneo, ou seja, engloba vários tipos de condições, como diabetes tipo 1, esclerose múltipla, psoríase e uma série de doenças reumatológicas, como lúpus e artrite reumatoide, por exemplo.

Além de uma ação anti-inflamatória, praticar atividade física reduz a chance das famosas doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além de reduzir a fadiga e melhorar a mobilidade das articulações, o humor e a cognição!

Quando abordamos o assunto “tratamento para obesidade”, a recomendação de praticar exercícios físicos está sempre presente. Nesse contexto, uma dúvida comumente costuma aparecer:

“dra. qual o exercício físico ideal?”

Primeiramente, o exercício ideal é aquele que:

• Contribui para a perda de peso, às custas de redução de massa gorda;

• Garante a preservação ou promove aumento da massa muscular;

• Melhora o condicionamento físico;

• Reduz os fatores de risco cardiovasculares

E, respondendo ao questionamento inicial, o mais recomendado é certamente a combinação do exercício aeróbico com o treino resistido!

São considerados exercícios aeróbicos:

caminhada, ciclismo, natação e dança. Por outro lado, exercícios resistidos são aqueles que usam pesos e/ou elásticos, como musculação, pilates e treino funcional.

Você sabia que as doenças de tireoide podem comprometer a sua capacidade de realizar atividade física?

No hipotireoidismo, doença em que há uma baixa produção de hormônios pela tireoide, cansaço excessivo e redução dos batimentos cardíacos podem estar presentes. Nessa condição, mesmo fazendo exercício físico regularmente, pode ocorrer dificuldade de perder peso. Além disso, pode haver redução do rendimento físico.

No hipertireoidismo, doença em que há aumento da produção dos hormônios pela tireoide, pode ocorrer fraqueza muscular, elevação da frequência dos batimentos cardíacos, sensação de palpitação e até arritmias!

O mais recomendado, então, é evitar a realização de exercício físico até que a sua disfunção da tireoide esteja controlada.

Mas atenção: o comprometimento da capacidade de realizar exercício físico só ocorre enquanto a doença não está controlada! Após o ajuste da dose da medicação e normalização dos exames, os sintomas são controlados e o paciente pode ter uma vida normal!

Em um estudo publicado no Jama Cardiology, em junho do ano passado, 105.677 participantes foram acompanhados por cerca de 11 anos. Foi demonstrado que aqueles que passavam maior tempo sentados (8 horas por dia ou mais) apresentaram elevação do risco de mortalidade por todas as causas, além de maior risco de doença cardiovascular!

Portanto, reduzir o tempo sedentário, além de praticar exercício físico regularmente é uma estratégia importante para evitar mortes prematuras! Movimente-se!