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Mau uso e abuso de testosterona: quais os riscos?

A testosterona, hormônio sexual masculino, é uma das drogas mais antigas em medicina. Apesar de ser utilizada há várias décadas, ainda estamos longe do seu uso ideal. Deparamo-nos, frequentemente, com os dois extremos do uso inadequado do hormônio masculino: casos em que o paciente necessitaria de uma reposição, mas não tem acesso a tal tratamento, e casos em que os pacientes utilizam testosterona ou seus derivados sem uma indicação clínica. Neste artigo, focaremos no segundo cenário, ou seja, trataremos do mau uso e abuso de testosterona e outros andrógenos (anabolizantes).

O mau uso de testosterona ocorre, por exemplo, quando utilizada para tratar problemas sexuais, como disfunção erétil, ou sintomas inespecíficos, como fadiga, falta de força ou concentração, na ausência de comprovada deficiência de hormônio. Outra situação frequente, mas não menos preocupante, é a prescrição de reposição hormonal como um “tônico antienvelhecimento” em pacientes mais velhos, sem uma adequada comprovação de seu benefício.

O abuso de testosterona consiste na utilização de substâncias anabolizantes sem uma indicação médica, geralmente para fins estéticos, como aumento de massa muscular, definição corporal e melhora de performance. Inicialmente, a utilização de andrógenos era mais comum entre atletas profissionais e passou a ser combatida pelas agências antidoping desde o final da década de 1960. Nos últimos anos, o problema assumiu uma proporção muito maior, já que é uma prática bastante comum entre os jovens, principalmente aqueles frequentadores de academias de musculação. Estima-se que, nessa população, a frequência de abuso de esteroides possa chegar a 25%!

Já foram sintetizadas mais de 1.000 diferentes substâncias derivadas da testosterona. Uma das principais características do abuso de anabolizantes é a utilização de doses bastante altas (supra fisiológicas) de testosterona ou derivados. Outra prática comum é a utilização de múltiplas drogas, na tentativa, sem comprovação, de potencializar o efeito anabólico e para combater efeitos adversos dos próprios anabolizantes.

O abuso de testosterona e anabolizantes representa um problema ainda bastante negligenciado e menosprezado, apesar de poder levar a uma série de efeitos adversos em vários sistemas do nosso corpo, alguns deles potencialmente graves. Um estudo da Dinamarca chegou a mostrar que usuários de anabolizantes poderiam apresentar um risco aumentado de morrer ou necessitar de internamento hospitalar.

Os principais efeitos adversos do uso crônico de anabolizantes são:

– Sistema Cardiovascular: alterações nos níveis de colesterol, aumento da frequência de arritmias e infarto.

– Infertilidade: embora reversível na maioria dos casos, pode ocorrer dano persistente na produção dos espermatozoides.

– Sintomas sexuais: disfunção erétil e diminuição de libido podem ser decorrentes do abuso de esteroides.

– Sintomas neuropsiquiátricos: podem ocorrer efeitos profundos no sistema nervoso central e no comportamento, manifestando-se através de ansiedade, comportamento agressivo, alterações do humor, depressão e mania. Outro aspecto importante é que até 30% dos usuários de anabolizantes podem desenvolver dependência. Esses pacientes geralmente sofrem bastante com a síndrome de abstinência, o que faz com que infelizmente uma parte deles acabe voltando a utilizar a droga.

Referências

  1. Handelsman DJ. Testosterone: use, misuse and abuse. Med J Aust. 2006;185(8):436-9.
  2. Horwitz H, Andersen JT, Dalhoff KP. Health consequences of androgenic anabolic steroid use. J Intern Med. 2019;285(3):333-40.
  3. Baggish AL, Weiner RB, Kanayama G, Hudson JI, Lu MT, Hoffmann U, et al. Cardiovascular Toxicity of Illicit Anabolic-Androgenic Steroid Use. Circulation. 2017;135(21):1991-2002.
  4. de Souza GL, Hallak J. Anabolic steroids and male infertility: a comprehensive review. BJU Int. 2011;108(11):1860-5
  5. Bertozzi G, Salerno M, Pomara C, Sessa F. Neuropsychiatric and Behavioral Involvement in AAS Abusers. A Literature Review. Medicina (Kaunas). 2019;55(7)

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