Apesar de ser uma glândula pequena, a tireoide desempenha funções essenciais que contribuem para o equilíbrio do nosso corpo.
A presença de alguns sintomas merece investigação:
– Fadiga e sonolência;
– Alteração do peso: ganho ou perda;
– Unhas quebradiças, pele ressecada e queda de cabelo;
– Alteração do hábito intestinal, como por exemplo constipação;
– Alteração de humor: irritabilidade ou sintomas depressivos;
– Palpitação e tremores.
A queda de cabelo é uma queixa bastante frequente no consultório do endocrinologista e muitas podem ser as suas causas: alterações hormonais, deficiências nutricionais, doenças auto-imunes ou até mesmo ser secundária ao uso de algumas medicações.
Os hormônios da tireoide contribuem para o desenvolvimento capilar e, quando estão alterados, podem levar à queda dos cabelos. Essa situação pode acontecer tanto no hipo quanto no hipertireoidismo.
Em geral, com o tratamento adequado, os cabelos voltam a crescer normalmente! Portanto, é importante seguir corretamente o tratamento indicado pelo especialista!
Se a tireoide produz hormônios em excesso, estamos diante do hipertireoidismo, doença que acarreta uma aceleração do nosso metabolismo e o paciente pode ficar mais ansioso e estressado.
Ao contrário, se a tireoide funciona menos que o normal, estamos diante do hipotireoidismo e o paciente pode sentir mais cansaço, apresentar raciocínio mais lento e até sintomas depressivos.
Portanto, a disfunção da tireoide pode estar associada a alteração do humor, podendo muitas vezes ser confundida com outras doenças, inclusive com transtornos psiquiátricos. Desse modo, o paciente pode demorar para procurar a ajuda especializada, atrasando seu diagnóstico e tratamento.
As doenças da tireoide são decorrentes de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Até o momento, não é possível evitar o aparecimento dessas doenças. Entretanto, ações voltadas para a adoção de um estilo mais saudável de vida serão sempre bem-vindas e recomendadas!
Lembrando ainda que o estresse é um dos gatilhos para o desenvolvimento de doenças auto-imunes em pacientes predispostos geneticamente!
Na verdade, até o momento, não existe nenhum respaldo científico para dizer que existe uma dieta específica recomendada para quem tem doença na tireoide!
Entretanto, sabe-se que alguns elementos, como o ferro, iodo, selênio e zinco são importantes para garantir o bom funcionamento da glândula.
Esses nutrientes costumam ser encontrados nos alimentos que costumamos consumir no dia a dia. Por exemplo, o nosso sal de cozinha já é iodado, porém, o excesso de seu consumo pode também ser prejudicial para a tireoide.
O selênio, por sua vez, pode ser encontrado na castanha do pará. O consumo diário de apenas duas unidades já é suficiente.
Devemos evitar o consumo excessivo de alimentos à base de soja, pois nessa situação pode haver um prejuízo na produção dos hormônios tireoideanos.
Sabe-se ainda que alguns alimentos, como o couve de bruxelas, repolho, couve-flor, nabo e couve também podem contribuir para o aumento da tireoide, porém apenas se consumidos em excesso!
Entretanto é importante ressaltar que nas quantidades que habitualmente ingerimos esses alimentos, a função da glândula não será prejudicada!
O mais importante é mantermos sempre uma dieta equilibrada e saudável!
Existe uma relação funcional entre o sistema cardiovascular e a glândula tireoide! Todo paciente com “problemas no coração” precisa avaliar a sua tireoide! Os hormônios produzidos pela glândula atuam sobre o coração e pequenas alterações em seus níveis podem, por exemplo, alterar a pressão arterial, assim como contratilidade, ritmo e frequência do coração!
Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem desencadear essas alterações cardíacas. Desse modo, o tratamento rápido e efetivo das alterações tireoideanas é necessário para evitar maiores complicações!
Durante a gestação, importantes mudanças ocorrem no organismo da mulher. As alterações hormonais típicas desse período podem influenciar o funcionamento da tireoide.
Os hormônios tireoideanos são fundamentais para garantir uma gestação saudável e o desenvolvimento do feto. O funcionamento inadequado da tireoide durante a gestação pode acarretar problemas tanto para mãe, quanto para o bebê.
Na mulher, a disfunção pode aumentar o risco de abortamento, sangramento, hipertensão arterial e parto prematuro. Sabe-se ainda que o desequilíbrio da tireoide pode ser uma das causas de infertilidade.
Durante as primeiras 18 a 20 semanas de gestação, o feto depende completamente do funcionamento da tireoide materna e, alterações nos hormônios da mãe, podem levar a bebês com déficit cognitivo.
Gestantes com hipertireoidismo devem ter os hormônios normalizados antes da gravidez. Em algumas situações, é necessário manter o tratamento com drogas anti-tireoideanas durante a gestação, em geral numa dose mínima capaz de controlar a função da glândula.
Por outro lado, as pacientes com hipotireoidismo em geral necessitam aumentar a dose de levotiroxina durante a gravidez em pelo menos 20 a 30%.
Ainda não há consenso se é necessário avaliar a função tireoideana em todas as gestantes. Em algumas situações, no entanto, é obrigatória a dosagem dos hormônios tireoideanos:
• História prévia de disfunção tireoideana;
• Sinais ou sintomas sugestivos de disfunção;
• Presença de bócio;
• Anticorpos positivos;
• Idade > 30 anos;
• Diabetes mellitus tipo 1 ou outras doenças auto-imunes;
• Irradiação cervical ou cirurgia de tireoide;
• História familiar de doença tireoideana ou auto-imunidade;
• Uso de amiodarona, lítio ou contraste iodado < 3 meses;
• Multiparidade > 2;
• História de perdas gestacionais, parto pretermo ou infertilidade;
• Áreas deficientes de iodo;
• Mulheres submetidas a técnicas de reprodução assistida.
Os fatores associados ao aparecimento de nódulos de tireoide ainda não são completamente conhecidos. A exposição à irradiação em região da cabeça, pescoço e tórax, especialmente na infância, a deficiência de iodo, a tireoidite de Hashimoto e a obesidade são alguns dos fatores associados à maior probabilidade de desenvolvimento de nódulos de tireoide.
Na maioria das vezes, os nódulos são benignos e não alteram a produção dos hormônios pela glândula tireoide!
O diagnóstico de nódulos de tireoide tem sido cada vez mais comum nos dias atuais, principalmente pela facilidade de acesso a exames de imagem, como a ultrassonografia.
É importante esclarecer que, na maioria das vezes, a presença dos nódulos não interfere na produção dos hormônios pela tireoide!
Ressalta-se ainda que todo nódulo precisa ser avaliado por um endocrinologista ou cirurgião de cabeça e pescoço, pois, a depender de suas características, será necessário prosseguir na sua investigação.
A maioria dos nódulos de tireoide não é câncer e nem todo nódulo de tireoide vai precisar ser investigado!
A presença de alguns achados no exame de ultrassonografia, a história familiar de câncer de tireoide ou de irradiação prévia na região do pescoço (para tratamento de algumas doenças oncológicas, por exemplo) são alguns dos fatores que determinarão a necessidade de realização da punção aspirativa de tireoide por agulha fina, mais conhecida por PAAF. Esse é o exame mais importante para a investigação de um nódulo de tireoide.
O diagnóstico de cistos e nódulos de tireoide tem sido cada vez mais comum. Cistos são cavidades presentes na glândula tireoide, repletas de um material chamado colóide. Os nódulos, por sua vez, podem ser sólidos ou mistos (nesse caso, apresentam material sólido e líquido).
Na maioria das vezes, cistos e nódulos são assintomáticos e não acarretam risco para o paciente. Em geral, nódulos apresentam crescimento muito lento e podem permanecer do mesmo tamanho por muitos anos. Não é comum um nódulo de tireoide desaparecer espontaneamente. Entretanto, em situações em que ocorre tireoidite, ou seja, inflamação da glândula tireoide, pode ocorrer uma atrofia da glândula com o avançar da doença e uma involução dos nódulos. Os cistos, por sua vez, podem desaparecer quando ocorre reabsorção espontânea do seu conteúdo.
A maior parte dos pacientes com nódulo de tireoide não necessitará de nenhum tratamento. Até o momento, não existe nenhuma medicação capaz de controlar o crescimento do nódulo ou fazê-lo “desaparecer”.
Entretanto, em alguns casos, tratamentos podem ser necessários. Dentre eles podemos destacar:
– Cirurgia (quando os nódulos são grandes ou malignos);
– Radioiodoterapia (quando o nódulo produz hormônio em excesso);
– Ablação por radiofrequência.
O primeiro a fazer é ter calma! Ao receber esse resultado, primeiramente, procure um médico endocrinologista ou um cirurgião de cabeça e pescoço para avaliar o seu exame e fornecer todas as informações necessárias e orientar os próximos passos.
Atualmente, existem alguns tratamentos para o câncer de tireoide, que variam desde só acompanhar o paciente até a retirada total da glândula.
Se a opção for operar, o cirurgião de cabeça e pescoço é o especialista indicado para realizar a cirurgia. Logo após o procedimento cirúrgico, ainda no hospital, o paciente deverá iniciar a reposição do hormônio da tireoide, a Levotiroxina.
Logo em seguida, com o exame de biópsia (anatomopatológico) em mãos, que costuma ser liberado após alguns dias, será avaliado a necessidade de realizar algum tratamento completar, como radioiodoterapia.
Depois de todos esses passos, o paciente então continuará em seguimento com o endocrinologista, especialista que solicitará alguns exames periodicamente durante o acompanhamento.
A maioria dos pacientes com câncer de tireoide não tem sintomas. As mulheres costumam ser mais acometidas pela doença e, até o momento, não se sabe a sua causa exata.
A presença de alguns achados são importantes sinais de alerta para um possível diagnóstico de câncer de tireoide:
• Presença de nódulo no pescoço, principalmente se tiver rápido crescimento;
• Presença de nódulos em outros locais do pescoço;
• Rouquidão;
• Disfagia (dificuldade para engolir);
• Tosse ou falta de ar
Na presença de qualquer um desses sinais, procure um endocrinologista da sua confiança!
O hipotireoidismo é uma doença comum da tireoide que leva à redução da produção dos hormônios pela glândula. O tratamento mais adequado se faz através da reposição hormonal com Levotiroxina.
Vários fatores podem interferir no tratamento adequado dessa condição:
• Uso irregular da medicação;
• Uso da medicação junto com alimentos;
• Gestação (nesse período, em geral, é necessário aumentar a dose de hormônio
• utilizada);
• Doenças do trato gastrointestinal que comprometam a absorção;
• Intervenções cirúrgicas como a cirurgia bariátrica;
• Uso concomitante de medicação que inibe a produção ácida do estômago como, pantoprazol, esomeprazol, por exemplo.
A Levotiroxina é o hormônio sintético da tireoide, sendo indicado nos casos de hipotireoidismo.
Seguem aqui algumas recomendações para quem vai iniciar o tratamento:
• O mais recomendado é tomar a medicação em jejum com água e, em seguida, esperar 30 minutos para se alimentar;
• O ideal é tomar a medicação em jejum, mas, se ocasionalmente esquecer, poderá tomar a medicação após um período de 4h sem se alimentar;
• Não usar Levotiroxina manipulada e não tomar junto com outras medicações, pois isso poderá interferir na sua absorção;
• Sempre armazenar a medicação em local fresco, longe do calor.
O iodo é um micronutriente essencial para a produção dos hormônios da tireoide, sendo sua principal fonte a dieta, através de alimentos fortificados ou naturalmente ricos em iodo, como os frutos do mar.
Desde a implementação da iodização do sal, houve uma significativa redução da ocorrência de deficiência de iodo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação de consumo diário de iodo é de 150µg em adultos e de 250µg em gestantes e lactantes. O consumo de iodo em excesso pode levar a doenças tireoideanas, como o hipo ou hipertireoidismo e até mesmo, aumentar a incidência de câncer de tireoide.
A solução de lugol 5% NÃO DEVE ser prescrita com o objetivo de suplementar iodo em NENHUMA situação. Essa solução, composta de iodeto de potássio, iodo elementar e água destilada, contém 2500 µg de iodo em cada gota, ou seja, 10 vezes a recomendação diária da OMS!
O lugol só deve ser prescrito, por curto período, em duas situações:
• Crise tireotóxica;
• Preparo pré-operatório de pacientes com hipertireoidismo com doença de Graves.